quarta-feira, 29 de setembro de 2010

As mãos

As mãos denunciam facilmente a nossa idade e os maus-tratos que diariamente lhes infligimos. Temos as luvas de borracha para as proteger, mas nem sempre as utilizamos e, na maioria das vezes, nem um creme hidratante elas vêem para compensar um pouco as agressões.

Umas mãos bonitas precisam ser tratadas, hidratadas, mas, por favor, nunca com

Benzina!...

É evidente que não era benzina mas sim vaselina que aqui era pretendida!

Vaselina, “vanzelina”ou “banselina”…

Banselina, burato, alcol, vaton


Uma das “fórmulas” preferidas era glicerina com umas gotas de sumo de limão!

No fundo, o principal é hidratar para ficar com a pele macia e bonita.

Para grandes males grandes remédios…

No caso das frieiras nas mãos pediram-me de tudo.

Do Queimax ao Fridermol, dos comprimidos Pernivite (vitamina P) ao “pó de Maio”…

A tintura de iodo também as ajudava a secar e acalmar, se fosse aplicada logo no início do seu aparecimento.

Igualmente, a Água de “Estevas”… só que era necessário mergulhar nela as mãos enquanto quente.

As estevas são plantas, arbustos pequenos que se vêem muito na berma das estradas, dão uma flor brancas e têm as folhas um pouco pegajosas. São estas folhas que se deitam em água a ferver. Logo que a temperatura seja suportável mergulham-se as mãos durante uns minutos, agasalhando-as de seguida num pano ou dentro de umas luvas de algodão. O ideal era dormir assim de um dia para o outro.

Recordo que também existia um tipo de cacto, mais ou menos com o feitio de um dedo pequeno, que aberto deitava um suco resinoso que aplicado sobre a frieira ajudaria a que não alastrasse.

Em desespero tudo se experimenta, mas já existem fórmulas mais evoluídas

Glicerina 30g, Álcool 100g e Ácido Fénico 4g - Frieiras

Todos estes podem ser “grandes remédios”, mas digo-vos com conhecimento de causa que o melhor é mesmo aguardar pelo “Pó de Maio”, aconchegando as mãos dentro de umas luvas quentinhas ou então apostar na prevenção com produtos para a insuficiência venosa, à base de videira e castanheiro da Índia, ricos em vitamina P que aumenta o tónus venoso.

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Diversos... continuação


Como referi no início do capítulo, este é dos mais extensos, daí ter seleccionado apenas algumas passagens e optado por dividi-lo em duas partes, também pelas incompatibilidades com que me estou a confrontar ao fazer a passagem do "back-up" para o blogue. Está aqui uma grande confusão... e nem sempre o PC está disposto a seguir as minhas instruções...


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Viternum - Mosegor - Buclina

Estamos perante estimulantes do apetite que, frequentemente, são solicitados não só para adultos como para as crianças.

Em alternativa a estes estimulantes temos ainda o Bécozyme, complexo de vitaminas B, que em xarope resulta lindamente nas crianças.

E quem não conhece o xarope dos bonequinhos por fora que todos os garotos adoram?!? Vi-Dailin!

Lembro que na minha infância era o Iodarsolo que todos pedíamos, tinha um óptimo sabor que mais tarde vim a comparar com o do Vinho do Porto!...

Em contrapartida havia o Óleo de Fígado de Bacalhau, que devia ser intragável…

Apareceu depois aromatizado de banana, Lipobiase, mas mesmo assim nunca vi uma cara de satisfação perante tal xarope.

Hoje em dia, mais do que nunca, convém dar às crianças alguns suplementos vitamínicos tendo em conta que tanto a fruta como os vegetais, que são os maiores portadores de vitaminas, já não são o que eram! …

Parece tudo artificial devido aos tratamentos que lhes administram para um crescimento mais rápido perdendo em muitos dos casos o verdadeiro sabor e o teor normal de vitaminas. Há frutas, em que as vitaminas se concentram na pele (casca), que hoje são impensáveis de comer como fazíamos antigamente, directamente da árvore, sem sequer serem lavadas!

Atenção: - vitaminas em excesso são prejudiciais, podendo até dar origem a doença, vitaminose!.... Portanto nada de deixar os meninos tomar demais só porque são doces!!!

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Um decilitro de Álcool Salicílico, mais precisamente um decilitro de Solução Alcoólica de Ácido Salicílico a 4%

Não posso deixar de vos contar mais uma das minhas histórias, que recordei agora ao escrever o “álcool salicílico”…

Uma cliente, ao entregar uma receita para ser aviada, pede também um frasco com “uso externo”.

“Uso externo” é a indicação que obrigatoriamente se deve colocar em qualquer manipulado executado na farmácia, desde que a sua aplicação seja exactamente essa, externa.

Habitualmente é um rótulo vermelho, já impresso, que tem essa advertência, para alertar o utilizador do preparado.

Perante isto, já devem ter entendido que não tinha mais qualquer referência de nome para o pedido feito pela cliente, que ainda por cima se tinha esquecido do frasco habitualmente usado, que nos teria sido muito útil pois pelo cheiro seria fácil identificar a mistura.Depois de muita explicação e pergunta é que a senhora nos disse que se tratava do álcool que o marido utilizava na cara depois de fazer a barba, o que nos encaminhou para a Solução Alcoólica de Ácido Salicílico a 4%, que sabíamos ser aconselhada pelo barbeiro como desinfectante após o barbear.O engraçado é que a cliente insistia que o nome devia ser uso externo pois era o que se lia melhor no rótulo do frasco. Mais tarde vimos o frasco habitual vazio e entendemos.

Com o uso diário, havia sempre algum álcool que escorria e, claro, esborratava a tinta do rótulo manuscrito impedindo-o de ser lido. Assim só o rótulo vermelho resistia até ao final do produto! …

Actualmente já poucos são os rótulos em uso, pois as manipulações são em menor número, mas antigamente existiam variadíssimos rótulos, desde a indicação da posologia, que ia desde a toma às colheres, às inalações, aos gargarejos, aos clisteres, etc., às precauções tipo “agitar antes de usar”, “uso externo”, “tóxico” e outras. Qualquer um destes rótulos sempre como complemento do rótulo principal, timbrado da farmácia com a descrição do preparado, quantidades, data, preço e se possível validade.

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Panasorbe comprimidos, um sabonete Lactacyd, Eurax.

Parece tudo tão simples quando se entende!...

Pena não ser sempre assim fácil.

Cloreto existe, e de vários químicos, mas aqui não era essa a ideia. A nossa cliente pretendia disfarçar os seus cabelos brancos com Colorelle castanho-escuro nº 3.

Agora sim é um cloreto…. Mais precisamente de magnésio, utilizado por vezes para problemas estomacais.

Da cabeça aos pés os problemas são constantes e as dúvidas persistem.

Cremes para os pés existem de várias marcas mas nenhuma delas é Calliner…

E lá vamos nós outra vez…

Pergunta-se para que efeito, se é para pés secos e gretados, se para a transpiração, se para bolhas ou para os pés cansados e queimados…

Cor da embalagem…

-Branca com letras vermelhas e até tem um pó igual para pôr na água para meter os pés de molho…

Faz-se luz!!!

- Akilleine, uma linha de produtos para os pés que em função daquilo a que se destina muda a cor das letras…

Valeu-nos a ajudita do pó igual, caso contrário só se fosse à sorte! …